sexta-feira, fevereiro 22, 2008

despidas




despidas, mas sempre belas!



simples, crescem pausadamente

adornadas de flores que darão frutos.

vestem-se de verde esperança

e nas suas folhas nascem pássaros

que cantam entre as manhãs e as árvores

onde vorazes se guardam os dias.



efémera a voz rasga por dentro

deixam desabar a resina,

e gritam à chuva negra,

o lamento de um amor irrecuperável

nas folhas que juncam o chão,

amarelecidas nos gemidos dos ventos.



olho-as na serenidade fria do dia

maravilhada vejo-as despidas

despidas, mas sempre belas!




l.maltez





nas Noite de Poesia em Vermoim, do dia 3 de Novembro de 2007 , o Zé Gomes teve a gentileza de dizer palavras por mim escritas a brincar.
Obrigada Zé Gomes, participar nas Noite de Poesia em Vermoim é um prazer, uma alegria enorme e estar um dia presente é o meu maior desejo

domingo, fevereiro 03, 2008

recomeçar





a névoa abraçou a madrugada

sentada ao lado do mar.

os instantes foram brancos

no abatido silêncio,

a sombra confundiu-se.

deslizou sobre o manto do abismo

com cheiro a sonhos queimados


homens circulam na quimera da cidade.

embarcam nos dias caiados de sol

vertiginosos nos hábitos.

nas mãos levam o ruído

de uma música perecível

e ficam prisioneiros

na claridade das ondas do mar revolto


exaustos da névoa

chamam as manhãs,

fedendo o ar

no crepitar

fulgor do sémen.


recomeça sereno

o voo do pássaro madrugador




l.maltez

os silêncios são uma prece…

  os silêncios são uma prece… escuto-os dentro das noites que atravesso! prendo-me ao rumor do vento quero um dia limpo, na vertigem de qua...